[Mães de Anjo] O sofrimento é opcional? Mariana Rios relata a perda de seu filho e a urgência do estar bem.
A atriz e cantora Mariana Rios passou recentemente por uma perda gestacional, ela estava grávida do primeiro filho, quando sentiu que alguma coisa estava errada, falou com o médico e marcou um ultrassom. Infelizmente durante o ultrassom ela descobriu que o coração do bebê tinha parado de bater.
Após alguns dias ela postou seu relato nas redes sociais, com uma foto onde deixava uma mensagem para o filho.
(Fonte: Instagram Mariana Rios)
Mariana recebeu muitas mensagens de apoio e amor.
Ela também gravou um IGTV onde agradeceu as mensagens e contou como estava lidando com a perda, e que teve um sonho. Sonhou meses antes com seu irmão, que faleceu aos dois anos de idade. Ela diz no vídeo que sentia que o seu bebê não ficaria. Que se sentia grata por ter gerado seu filho e que a dor era inevitável mas o sofrimento opcional.
Essa semana ela participou do Encontro com Fátima Bernardes, onde contou mais sobre a perda, e como estava passando por tudo.
Eu como mãe de anjo, fico muito triste em ver uma mãe perdendo seu filho, sei a dor, e o quanto devasta nossas vidas.
Fico feliz que a Mariana tenha compartilhado sua história, principalmente por ser uma figura pública, isso faz com que as pessoas vejam que a perda gestacional acontece com qualquer pessoa, e que precisamos acabar com esse tabu, sim devemos falar e acolher as mães.
Também fiquei feliz com o tema ter sido abordado em rede nacional, no programa da Fátima Bernardes.
Porém fiquei bastante incomodada como tudo foi passado. Muitas mães de anjos sentiram o mesmo.
FORÇA E FÉ?
Uma imagem de FORÇA E FÉ, parecendo ser simples e fácil passar pela dor da perda.
E CAROS LEITORES, não é, não é nada fácil.
Claro que queremos que a Mariana Rios siga bem, que vença a cada dia.
Mas essa não é a realidade de milhares de mulheres que passaram pela perda.
Pelo contrário, a realidade de muitas mães é bem difícil, poucas tem rede de apoio, acesso a psicólogos e psiquiatras, muitas são abandonadas pelos maridos, e não são ouvidas pela família.
Mulheres que após vivenciar a dor da perda, são silenciadas.
NÃO PODEMOS ROMANTIZAR A PERDA GESTACIONAL
Não tem nada de lindo ou fácil nisso.
Queremos sim ver pessoas que passaram pela dor, falando de força, fé, seguindo da melhor forma possível. Isso dá ânimo para outras mães.
Mas quando essa mensagem é passada de forma simples, sem mostrar bem a parte difícil, parece que é fácil, que é só a gente querer seguir e pronto.
Que viver a dor, e o sofrimento é errado ou até mesmo uma vontade da pessoa.
Dando espaço para julgamentos, pois as pessoas costumas comparar, e diminuir a dor do outro.
Na frase…
A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional.
Parece que sofremos porque queremos, que algumas mães passam meses para sair de casa porque querem.
Sabemos que não é bem assim.
Por isso resolvi escrever esse post!
Quero que você mãe, que passou meses chorando, que assim como eu, teve dificuldade para comer, sair, conversar, que sentia dor até para respirar. Me lembro bem, teve dias em que a dor era tão grande que chegava a ser física também.
Era doloroso acordar, sofria a cada segundo. Não, não era uma opção minha, eu lutava, eu rezava para não sentir tudo aquilo, mas sentia.
Confesso que até hoje, dois anos depois, ainda sofro muito. E sei que vou sofrer para sempre, mesmo sorrindo, voltando a ser feliz, ainda dói e vai doer para sempre não ter minha filha aqui.
E TUDO BEM!
Como uma amiga disse uma vez “Posso ser grata por tudo que tenho, e ainda assim lamentar pelo que perdi”.
Então mãe, não se culpe por sofrer também, não se ache fraca, sem fé ou coisa do tipo. Te entendo e sei que é normal.
Não compare sua dor!
Muito menos compare o processo de luto que cada um tem.
São muitas coisas envolvidas:
- A forma como aconteceu
- Se essa mãe tem ou não rede de apoio
- Como o companheiro lida e ajuda essa mãe
- Se pode ou não ter mais filhos (algumas mulheres perdem o útero após a perda, ou desenvolvem algum problema que dificulta uma nova gestação.)
- Questão finaceira
- Dificuldade para descobrir o que aconteceu e ter um tratamento
Tantas coisas, que é impossível e até desumano comparar.
Saiba mais: Trombofilia na gestação, tudo que você precisa saber.
A URGÊNCIA DE SE MOSTRAR BEM
A sociedade tem que parar de cobrar essa urgência, de querer que estejamos bem tão rápido, como se fosse uma obrigação.
Você acabou de perder um filho e já tem que mostrar alegria, fé, força, ser uma rocha.
NÃO SOMOS MÁQUINAS, ROBÔS.
Somos de carne e osso, e temos direito de viver nosso luto da forma que achamos melhor.
AS COMPARAÇÕES
“Nossa, fulana já tá bem e você ainda tá assim, tão mal”
“Mais uma amiga minha passou pelo mesmo e não ficou assim, cadê sua fé?!”
“Você tem que sair, fulana com dois dias já estava trabalhando”
Não compare dor, não julgue, não cobre, deixe as mães em paz, permita que cada uma viva seu luto.
Podemos ajudar, mas jamais julgar, ou comparar.
Não tem nada de lindo ou simples. Na verdade tem muita dor, lágrimas, e SOFRIMENTO.
Sim, a gente volta a sorrir, sonhar, viver. Mas não estamos em uma competição, para ver quem sofre menos ou ficou bem mais rápido.
Outra coisa, nem sempre as pessoas mostram tudo, não tente medir sua vida pela régua da vizinha, isso só vai lhe causar mais dor.
Compartilhe o texto nas redes sociais e deixe um comentário contando o que achou.
Meu INSTAGRAM @resenhasdaaline Me acompanhe lá, sempre gravo stories!!!!
Leia também: Minha história, perdi minha filha no parto com 40 semanas de gestação.
📋 LISTA ESPECIAL DE INSCRITOS:
ENVIE PRESENTINHOS PARA MINHA CAIXA POSTAL!!!
E já segue minhas redes sociais, lá mostro todos os mimos que chegam! Vou amar seu carinho! Beijos!
ALINE VIEIRA Cruz das Almas – Ba CAIXA POSTAL: 227 CEP: 44380-000 |
RESENHAS DA ALINE
4 Comments
Olá Aline! Comecei a te seguir depois de perder meu bebê com 10 semanas. Eu sofri muito pois ninguém ao meu redor entendia a minha dor, quis me mostrar forte mas chorava ao falar do meu bebê. Agora depois de quase 3 meses da partida dele, meu coração se aquieta mais, a dor não passa, o vazio só aumenta, do coração e da barriga que deveria estar grande. Mas tive uma outra leitura do que a Mariana quis passar! Eu estava em crise na semana antes da postagem dela, e lendo o post e vendo o vídeo, eu senti uma grande paz. Não é que deixei de pensar no meu bebê, mas é preciso deixar ir, pra que nós mesmas fiquemos fortes para os novos desafios da vida. Eu não estou 100%, nunca estarei. Cada uma tem seu tempo. Não são flores. O “feto” que morreu, foi, é, e sempre será nosso filho. Mas ele gostaria que a mamãe dele estivesse bem também. É nisso que me apego ao pensar nele agora. Agradeço por ele ter existido. E foi esse o sentimento que me despertou pós mensagem dela. E agradeço por tudo que você compartilha conosco, obrigada pelo espaço aconchegante de falar de nossos bebês anjos.
Sinto muita falta do meu menino, ele se foi com 2 anos e 4 meses há 2 anos e 8 meses. Tenho minha mais linda Arco-íris hoje com 1 ano e 10 meses, mas que não anula meu sofrimento da minha perda.
Sinto uma tristeza enorme, choro e tem dias que me sinto perdida….meu anjinho ficará para sempre em minha memória!
Aline, parabéns pelo post tão necessário. Acredita que no vi no Twitter esses dias sobre a notícia da perda dela e um comentário dizendo que “mas de quanto tempo ela tava? Pq se for de bem pouquinho ela vai de recuperar logo” Eu comentei que não era bem assim e a pessoa começou a partir para um assunto de que nem era bebê, era só um feto que não teve sofrimento E blá-blá-blá. Respondi para ela que para a mãe não é um feto e sim um filho e que era terrível não validar a dor de uma mãe, ela me mandou ir para um psicólogo kkkk E, quando percebi que não tinha jeito, desisti. Depois no perfil dela vi que ela escreveu: “sério mesmo que tem mulher que sofre pela perda de um feto?” Esse tipo de mulher é aquele tipo de mãe tóxica… e eu fiquei tipo ????? Eu sou tóxica porque sofri a perda dos meus filhos? É cada uma. Descubra pelo textão. (:
Amei seu post Aline! Vc falou tudo que eu pensei a respeito da história da Mariana Rios, muito bem colocado que não se compara o sofrimento de ninguém; até hoje onde moro as pessoas não sabem que tive 3 perdas,agora que comecei a contar minha história nos grupos de apoio, mas aqui onde moro ainda não tive coragem, pelo julgamento que fazem e que muitos não sabem nem do que se trata e já vai soltando a língua. Que Jesus continue a nos abençoar e que vc continue a nos alertar e ensinar tanto.
Bjao